A questão ambiental em Postos de Combustíveis

Dromos Engenharia e Consultoria

A questão ambiental em Postos de Combustíveis

A atuação preventiva continua sendo fundamental

 

Nos últimos 25 anos, a infraestrutura dos Postos de Combustíveis foi completamente transformada.

Uma revolução em termos de equipamentos e acessórios foi iniciada no final da década de 1990, respaldada por um conjunto de normas publicadas pela ABNT desde então.

As instalações se tornaram muito mais seguras, com a eliminação de muitos pontos importantes de vazamento de combustíveis.

Surgiram:

  • Tanques de parede dupla (jaquetados), para substituir os tanques de parede simples de aço;
  • Câmaras de contenção em bombas (figura 1), em tanques e em filtros para conter vazamentos nestes equipamentos, o que antes simplesmente não existia (figura 2), ou seja, qualquer vazamento numa bomba ou filtro se dirigia diretamente ao solo;

  • Tubulação em Polietileno Expandido de Alta Densidade PEAD (figura 3), para substituir as antigas tubulações de aço e suas inúmeras conexões (figura 4);

 

A resolução CONAMA 273/2000 foi um divisor de águas nesta modernização, estabelecendo regras para o licenciamento e, neste contexto, impulsionando fortemente por meio de condicionantes a substituição de tecnologia nos postos.

Pode-se dizer que, ao longo destes últimos 20 anos, esta transformação tecnológica abrangeu praticamente a totalidade dos postos em território nacional.

Os profissionais que atuam neste ramo há mais de 20 anos vão se lembrar sem saudades, como quem se lembra de um aparelho de fax, daquela antiga válvula de pé (figura 5), que mantinha a tubulação de aço cheia de produto, prontinha para vazar quando atingida pela corrosão. Se lembrarão também da problemática “Extratora de Válvulas” (figura 6), cheia de parafusos, sempre carente de manutenção e de uma boa junta que evitasse vazamento e entrada de ar na tubulação… Como convivemos tanto tempo com aquilo?

Poucos ramos de atividade econômica tiveram uma transformação tão relevante, voltada à proteção ambiental em tão pouco tempo como a revenda de combustíveis.

É preciso registrar também que nos últimos 20 anos muito foi feito para identificar e remediar áreas contaminadas pelos vazamentos de combustíveis para o solo e água subterrânea ocorridos no passado.

Tecnologias de diagnóstico, avaliação de risco e remediação de áreas contaminadas foram importadas, desenvolvidas e adaptadas. Hoje o Brasil conta com um grupo forte de empresas muito bem capacitadas e equipadas para tratar o assunto.

Muito dinheiro foi gasto neste sentido, pelas Distribuidoras e pela Revenda. E muitas vezes ao longo destas décadas presenciamos a realização de despesas absolutamente evitáveis caso medidas simples de prevenção tivessem sido adotadas.

Muito dinheiro gasto em remediação (necessário, sem dúvida), pouca atenção à prevenção (mais necessário ainda).

E isso continua sendo dispendioso…

Por mais que tenha havido uma transformação tecnológica, as instalações não se tornaram “à prova de vazamentos” … Ainda permanecem lacunas que demandam muita atenção ao se instalar, manter e operar um Posto de Combustíveis.

Uma atuação preventiva na operação continua sendo fundamental, pois ainda ocorrem muitas contaminações novas!

Se podemos eleger dois pontos prioritários de atenção no posto, são eles:

  • as câmaras de contenção (também conhecidas como “sumps”) das bombas e filtros; e
  • As câmaras de contenção da descarga de produto nos tanques (também conhecidas como “Spill Containers”)

Ainda nos dias de hoje, é muito comum vermos câmaras de contenção de bomba sendo perfuradas para a passagem da rede de automação, ou mesmo contendo eletrodutos de automação abertos, sem o devido tamponamento (ver exemplo na figura 7).

Então, o dispositivo destinado a conter vazamentos, passa a ter caminhos abertos para que o combustível eventualmente vazado escape e atinja o solo.

Neste mesmo sentido, os flanges de vedação da entrada das tubulações nestas câmaras são frágeis, se desgastam com o tempo, abrindo também caminhos para a fuga de um possível vazamento de bomba contido pela câmara.

É muito importante que o revendedor abra as bombas com frequência e se certifique de que as câmaras de contenção estão secas e efetivamente estanques. Isso é um complemento operacional indispensável à tecnologia vigente hoje.

Já a câmara de contenção da descarga, dedicada a coletar pequenos gotejamentos no momento da descarga de combustíveis, tem variados processos de fixação no tubo de enchimento do tanque. Via de regra esta fixação vai se perdendo ao longo do tempo e permite o fluxo de combustíveis que escoa rente ao tubo de enchimento, atingindo o solo em torno dos tanques (ver exemplo na figura 8). Atuar regularmente na verificação e ajuste desta fixação é medida capaz de evitar muitos danos.

Enfim… mudamos muito, nos aperfeiçoamos e, após 20 anos, nos sentimos orgulhosos de ter feito parte desse processo evolutivo, mas o cuidado preventivo diário continua sendo muito importante.

É com esta visão, que defendemos a gestão integrada de Engenharia, Meio Ambiente e Segurança no Posto de Abastecimento!

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