Que reflexões esta explosão na Colômbia nos traz?…

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Que reflexões esta explosão na Colômbia nos traz?…

Nos tempos bicudos em que vivemos, é preciso não permitir que as centenas de milhares de mortos em decorrência da COVID-19 abalem a percepção que temos do valor da vida, nosso maior bem.

Então, ainda que diante de números chocantes de mortes diárias, queremos falar aqui da não menos importante tragédia ocorrida há alguns dias na Colômbia, com “apenas” 11 mortos.

Rodou o mundo o vídeo impressionante (veja a matéria: https://www.otempo.com.br/mundo/explosao-de-caminhao-tanque-deixa-11-mortos-e-feridos-na-colombia-veja-o-video-1.2357561) de uma aglomeração de pessoas saqueando um caminhão de combustíveis tombado às margens de uma rodovia no norte da Colômbia, entre as cidades de Barranquilha e Santa Marta. Infelizmente, o óbvio ocorreu. Uma explosão, seguida de incêndio ceifou a vida de 11 pessoas e deixou dezenas de feridos graves (o número de mortos deve aumentar).

Embora tenha sido na Colômbia, situações de saque a cargas de caminhões tombados não são incomuns no Brasil. O exemplo nos serve por completo.

Brasil e Colômbia ocupam posições muito ruins em rankings mundiais de educação. No último Ranking Educacional PISA (1), ambas as nações estão entre os últimos 20 colocados numa avaliação internacional que envolve 79 países.

Os dois países lutam ainda com um abismo na distribuição de renda entre as camadas mais abastadas e as mais miseráveis da população, ambos em 79º lugar no ranking (dados de 2017) de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD (2).

Enquanto nação, ainda temos muito a caminhar até atingirmos um patamar civilizatório em que cidadãos tenham:

  1. a) o mínimo de recursos para não se sentirem estimulados a saquear cargas nas estradas; e
  2. b) o conhecimento básico de ciências que lhes permita entender a diferença entre um caminhão tanque com combustível e um outro com latinhas de cerveja.

Fica claro que segurança, em qualquer parte, (e aqui fazemos um recorte para o ambiente de trabalho) está associada a conhecimento e conscientização sobre os riscos do que se faz.

E se de algum modo entendemos as condições de contorno que levaram à tragédia colombiana, não é aceitável conviver com situações semelhantes em empresas, com recursos materiais suficientes e conhecimento disponível para a adequada conscientização e proteção dos seus empregados.

Ao longo de nossa vida profissional vimos alguns acidentes fatais acontecerem, alguns deles em atmosferas explosivas e sem o tratamento devido aos riscos envolvidos. Tragédias incompreensíveis…

Fica para nós mais uma vez evidenciada a importância:

  1. do conhecimento prévio dos riscos do que se pretende fazer;
  2. da ampla informação dos riscos aos envolvidos;
  3. da conscientização sobre a importância conduta preventiva;
  4. de sistemas de gestão com rotinas que assegurem a conversão de conhecimento em atitude prevencionista.

Que as mortes na Colômbia possam, pelo menos, nos servir a todos (porque todos somos profissionais de segurança) como lição a fortalecer a consciência sobre o valor da vida.

 

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